terça-feira, 10 de julho de 2012

Rádio Internacional da China tenciona abrir um estúdio em Portugal

A Rádio Internacional da China (CRI), que já assegura seis horas diárias de emissão de uma estação dos arredores de Lisboa, projecta abrir também um estúdio em Portugal, revelou à agência Lusa um responsável da CRI. “A CRI tem esse plano, mas não foi definido quando começa. Talvez em 2013″, disse a chefe da secção portuguesa da estação, Catarina Wu.
O estúdio servirá para apoiar a produção local, nomeadamente os programas que desde há duas semanas são transmitidos pela Rádio Iris FM, sediada em Samora Correia, no Ribatejo, onde se concentram dezenas de armazéns chineses. Seis horas da programação diária daquela rádio, dedicadas sobretudo à cultura e à economia chinesas, são asseguradas pela secção portuguesa da CRI, num inédito acordo de cooperação e que evidencia a crescente importância do português na China. Duas estações brasileiras, Super Rádio de Brasília e a Rádio Guaia, já transmitem diariamente um noticiário produzido por aquela secção, mas trata-se de um serviço de apenas cinco minutos, indicou Catarina Wu.
O acordo com a Íris FM foi alcançado através da Global Times Broadcasting, empresa com maioria de capitais chineses e sede na Finlândia, cujo objectivo é “encorajar o diálogo entre a China e o mundo”. Antes, as emissões da estação chinesa para Portugal resumiam-se a meia hora por dia, em onda curta. “Temos o plano para aumentar as horas de emissão na Íris FM, mas o número ainda não foi definido, e estamos a procurar estabelecer acordos de cooperação com rádios brasileiras”, disse Catarina Wu.
A Rádio Internacional da China, conhecida outrora como “Rádio Pequim”, emite em cerca de 60 línguas. A secção portuguesa começou as emissões em Abril de 1960, com o apoio de dois casais brasileiros: Benedito e Lídia de Carvalho, e Carlos e Nair Frydman. “Na altura ninguém falava português na China”, recordaria à agência Lusa Yao Yuexiu, umas das primeiras locutoras da secção, oriunda do serviço em espanhol. Além de Yao Yuexiu, que tinha então 20 anos, a secção contava com outros profissionais chineses: Ma Anlu, transferida também do serviço em espanhol, e o casal Li e Chen, que aprendeu português em Macau.
Meio século depois, cerca de um mil estudantes frequentam cursos de português em mais de uma dezena de universidades do país e na última década, a China tornou-se um dos principais parceiros económicos de Angola e do Brasil, os dois maiores países de língua portuguesa. A secção portuguesa da CRI conta hoje com 18 jornalistas em Pequim, além de dois correspondentes no Brasil e um representante na sede da estação na América Latina, situada no Rio de Janeiro.

Fonte: Lusa

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